Se você gosta da filosofia espírita, está no lugar certo.
"Entre o bem e o mal não existe neutralidade.
De igual modo, não há miscibilidade ou transição entre a verdade e a mentira.
Escondemo-nos na sombra ou revelamo-nos na luz.
Quem não edifica o bem, só por essa omissão já está
forjando o mal, em forma de negligência."

Emmanuel - do livro O Espírito da Verdade

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terça-feira, 19 de janeiro de 2010

EM NOME DOS DIREITOS HUMANOS

Ela era uma mulher pobre e analfabeta, num país onde as mulheres não têm direitos.
Tratadas como moeda de troca ou compensação de qualquer prejuízo, elas são negociadas pelos pais.
Podem ser entregues ainda crianças para casamentos arranjados, que objetivam acalmar ânimos exaltados, em desacertos tribais.
Não podem escolher o homem com quem se desejam casar e, se afrontarem tal regra, pagam com a vida a desonra que atraem para a própria família.
Mukhtar vivia em sua aldeia e era respeitada porque, embora analfabeta, decorara o Corão e o ensinava às crianças, de forma gratuita.
Também auxiliava a renda familiar ensinando bordados a outras mulheres.
Cedo aprendera que no Punjab a mulher não tem o direito de escolhas ou de sonhos.
Um dia, ela foi levada até à tribo vizinha, considerada de casta superior, por seu pai e seu tio, a fim de pedir perdão, em nome da família.
É que seu irmão, de apenas 12 anos, fora acusado de ter falado com uma jovem daquela tribo, desonrando-a.
O que se seguiu foi que o Conselho da tribo decidiu que Mukhtar deveria, a titulo de reparação, ser entregue aos homens do clã ofendido.
Ela foi agredida sexualmente por vários deles. Se nos primeiros dias após o ocorrido, ela desejou a morte, na sequência, resolveu lutar pelos seus direitos.
A atitude corajosa daquela jovem ferida e humilhada ocasionou um início de revolução quanto à situação da mulher em seu país.
Seu caso ganhou o noticiário internacional e ela foi convidada a se fazer presente em conferências, em vários lugares do Mundo.
Com risco de sua própria vida e da de seus familiares, Mukhtar lutou por justiça.
Mas não somente para si. Para todas as mulheres que todos os dias têm seus direitos usurpados, feridos.
E, como reconheceu que houve muitos entraves no desenrolar do seu processo judicial, por ela não saber ler, nem escrever, tomou uma séria decisão.
Fundou uma escola para meninas. Com recursos do Estado e de outros países, ela conseguiu.
Se para construir a escola, ela teve o apoio internacional, para conseguir convencer os pais das meninas a deixá-las estudar, foi luta mais árdua.
Foi de porta em porta e, com o tempo, mais de duas centenas de meninas passaram a frequentar a escola.
Para assegurar a frequência, ela estabeleceu um prêmio por assiduidade.
Um prêmio que interessava às famílias: uma cabra para as meninas, uma bicicleta para os meninos.
Assegurar um futuro diferente para aquelas garotas, permitindo-lhes ter acesso ao conhecimento das leis, de seus direitos é o objetivo pelo qual trabalha.
Passou a ser conhecida, em seu país, como a grande irmã que deve ser respeitada, Mukhtar Mai.
Ela ainda sangra em sua alma ao recordar os anos de luta que teve que enfrentar, as calúnias que foram levantadas contra si.
Mas olha confiante o futuro, na certeza de que, se puder evitar que aconteça o que lhe aconteceu a outras meninas, adolescentes e mulheres adultas, terá valido a pena.
Mukhtar Mai, uma mulher de coragem lutando por direitos humanos.
Uma bandeira de estoicismo e bravura, que transformou a própria dor em luta pelos direitos das mulheres.

Redação do Momento Espírita com base no livro Desonrada, de Mukhtar Mai, ed. BestSeller.
Em 06.01.2010.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

O AMOR É CEGO?

A notícia, em determinado periódico eletrônico, apresentou um conhecimento muito interessante.

Dizia que cientistas britânicos concluíram que os sentimentos amorosos podem levar à supressão da atividade nas áreas do cérebro que controlam o pensamento crítico.

A investigação dos especialistas londrinos demonstra que, quando ficamos mais próximos de uma pessoa, o cérebro decide que a necessidade de avaliar o seu caráter e personalidade é menor.

Os sentimentos suprimem a atividade neurológica relacionada com a avaliação social crítica dos outros e as emoções negativas.

O fenômeno acontece não só no amor romântico, mas também no amor maternal.

A equipe de pesquisadores analisou a atividade cerebral de 20 jovens mães quando viam fotos de seus filhos, de crianças que conheciam e de amigos adultos.

Os padrões de atividade cerebral registrados foram muito parecidos aos já identificados no estudo relativo aos efeitos do amor romântico.

O que surpreendeu os estudiosos, em ambas análises, foi a revelação de que há redução dos níveis de atividade nos sistemas necessários para fazer julgamentos negativos.

Um fenômeno muito importante, indicam os especialistas, já que tanto o amor romântico como o amor maternal são vitais para a perpetuação da espécie humana.

* * *

Existe lente mais bela e segura para nossos olhos, do que a lente do amor?

Diz-se que o amor é cego... Eis um grande engano, pois vamos percebendo com o tempo que, em verdade, cegos somos nós com nossos rótulos, com nossos pré-julgamentos e preconceitos.

O amor sempre enxergou bem. Nós não sabíamos.

O amor enxerga com os olhos de Deus, através dos olhos da realidade espiritual da vida, e não com as lentes pobres do mundo.

Que importância tem as imagens exteriores, para quem ama?

Somente os materialistas – que se perdem seguidamente neste mundo – dão tanto valor às embalagens, às aparências.

Que direito temos nós de fazer comentários como: Não sei como ela, tão bela, se apaixonou por alguém assim, tão normal ou desajeitadoreferindo-se à beleza exterior.

Se tais questões ainda nos surpreendem, ainda nos incomodam, é sinal que ainda não conhecemos o amor e sua visão pura.

Temos esta visão límpida quando nossos filhos nascem, enrugados, feinhos por vezes, e nós, os pais, só enxergamos beleza, encanto.

Que visão é essa senão a do amor?

Nesse momento, a explicação do sentir poderia ser:

Diante da beleza de uma nova vida, que veio através de mim, que tem a minha genética, como poderia encontrar algo feio ou desagradável aos olhos?

Se esse fosse sempre nosso ponto de partida, analisaríamos a vida de forma diversa.

Que importa se não temos os padrões de beleza atuais, se temos vida em abundância por dentro, se amamos, se somos pessoas de bem?

Que importância teria a beleza exterior de um Chico Xavier, de um Gandhi, de uma Madre Teresa?

Certamente são almas belíssimas, de uma beleza que fica, que não envelhece, que não adoece.

Dessa forma, pensemos na beleza de nosso coração, na alegria de viver, nos olhos acesos pelo amor.

O amor enxerga, sim, muito bem...


Redação do Momento Espírita, com base em reportagem do jornal português Diário digital de 14.06.2004.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

RESOLUÇÃO PARA O ANO NOVO



Afora tu mesmo, ninguém te decide o destino...

Somos tangidos por fatos e problemas a exigirem a manifestação de nossa vontade em todas as circunstâncias.

Muito embora disponhamos de recursos infinitos de escolha para assumir gesto determinado ou desenvolver certa ação, invariavelmente, estamos constrangidos a optar por um só caminho, de cada vez, para expressar os desígnios pessoais na construção do destino.

Conquanto possamos caminhar mil léguas, somente progredimos em substância avançando passo a passo.

Daí, a importância da existência terrena, temporária e limitada em muitos ângulos porém rica e promissora quanto aos ensejos que nos faculta para automatizar o bem, no campo de nós mesmos, mediante a possibilidade de sermos bons para os outros.

Decisão é necessidade permanente.

Nossa vontade não pode ser multipartida.

Idéia, verbo e atitude exprimem resoluções de nossas almas, a frutificarem bênçãos de alegria ou lições de reajuste no próprio íntimo.

Vacilação é sintoma de fraqueza moral, tanto quanto desânimo é sinal de doença.

Certeza no bem denuncia felicidade real e confiança de hoje indica serenidade futura.

Progresso é fruto de escolha.

Não há nobre desincumbência com flexibilidade de intenção.

Afora tu mesmo, ninguém te decide o destino...

Se a eventualidade da sementeira é infinita, a fatalidade da colheita é inalienável.

Guardas contigo tesouros de experiências acumulados em milênios de luta que podem crescer, aqui e agora, a critério do teu alvitre.

Recorda que o berço de teu espírito fulge longe da existência terrestre.

O objetivo da perfeição é inevitável benção de Deus e a perenidade da vida constitui o prazo de nosso burilamento, entretanto, o minuto que vives é o veículo da oportunidade para a seleção de valores, obedecendo a horário certo e revelando condições próprias, no ilimitado caminho da evolução. [Decisão, E - Cap. XXIV - Item 15]

Afora tu mesmo, ninguém te decide o destino...


Autor: André Luiz Psicografia de Francisco Cândido Xavier. Da obra: Opinião Espírita